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Estudo revela que caça industrial quase levou baleias-jubartes à extinção

Estudo revela que caça industrial quase levou baleias-jubartes à extinção

O DNA das baleias-jubartes (Megaptera novaeangliae) ainda carrega as marcas da ca a em escala industrial, responsável por levar esses mamíferos marinhos ao limiar da extin o no século 20. Um estudo publicado na revista Science Advances revela que os cetáceos perderam uma parcela considerável da sua diversidade genética, e variantes de DNA que provavelmente t m um efeito negativo moderado sobre os animais ficaram mais comuns na popula o muito reduzida de hoje.

O primeiro autor do trabalho é o brasileiro Fabricio Furni, pesquisador da Universidade de Groningen, na Holanda, e o artigo também é assinado pelo coorientador de seu doutorado, Eduardo Secchi, da Universidade Federal do Rio Grande (RS). Algumas das amostras de DNA de jubartes analisadas na pesquisa foram coletadas na Antártida durante projetos coordenados por Secchi no mbito do Programa Antártico Brasileiro.

De fato, o oceano Austral, que circunda o continente gelado, abrigava a maior popula o da espécie até o advento das modalidades industrializadas da ca a no come o do século 20. A procura pelas jubartes na Antártida ganhou for a depois que a popula o da espécie no Atl ntico Norte já tinha sofrido o impacto das capturas comerciais a partir do século 19.

Os cetáceos foram explorados com tamanha intensidade que a Comiss o Internacional da Baleia, órg o criado para regular a ca a aos animais, acabou proibindo totalmente a captura da espécie em 1963. Mesmo assim, calcula-se que dezenas de milhares de jubartes ainda foram ca adas de forma clandestina por navios baleeiros soviéticos durante as duas décadas seguintes.

Ao comparar o genoma completo de 16 jubartes que viveram recentemente (dos anos 1980 em diante) ao de nove espécimes "históricos" (do come o do século 20), os pesquisadores conseguiram estimar a queda populacional da espécie. Por volta do ano de 1600, antes do início das atividades baleeiras em larga escala, a popula o das jubartes do Atl ntico Norte estaria em torno dos 25 mil indivíduos, despencando para apenas 2.500 baleias em torno de 1900.

Já no oceano Austral, o número de animais estaria próximo dos 70 mil no século 17, mas teria caído para uma popula o ainda menor que a do Atl ntico Norte só 1.400 baleias em 1930. Mesmo com a recupera o parcial das popula es após o banimento da ca a comercial, o número no oceano Austral de hoje seria ainda de apenas um ter o da popula o pré-industrial da espécie.

Além da queda populacional, o DNA da espécie nas águas em torno da Antártida também é consideravelmente mais homog neo do que foi no passado. Uma medida disso é a análise da chamada heterozigosidade, que se refere presen a de duas variantes diferentes da mesma regi o do DNA num mesmo indivíduo. No caso das jubartes, a fase de ca a avassaladora espécie parece ter diminuído a heterozigosidade a uma taxa entre 20% e 30% no oceano Austral.

Embora as variantes genéticas que se tornaram mais comuns na popula o sejam consideradas de impacto moderado, a perda de variabilidade genética nunca é positiva, já que é a partir dela que uma espécie tem mais chances de se adaptar a mudan as no ambiente, novas doen as e parasitas. Por isso, a recupera o completa em rela o aos impactos da ca a predatória demorará muitas gera es para acontecer, na melhor das hipóteses.

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