Em 2026, enquanto o Brasil estará tomado por uma campanha presidencial, os Estados Unidos celebrar o 250 anos do ato de assinatura da Declara o de Independ ncia, em 4 de julho de 1776. Ao longo do ano, eventos comemorativos se suceder o em todo o país, organizados por uma entidade bipartidária, criada há dez anos, em parceria com as maiores empresas privadas americanas.
A Declara o de Independ ncia marca o início de um conflito entre mais de duas dúzias de na es, europeias e indígenas, que trouxe tona as aspira es mais nobres da humanidade: a de que todas as pessoas s o iguais, com direitos vida, liberdade e até mesmo felicidade. Segundo a historiadora americana Jane Kamensky, pessoas em todas as partes adquiriram um senso de "possibilidade" pelo qual valeria a pena lutar. O sentimento foi, inclusive, absorvido por aquelas a quem foi negada a propriedade de si mesmas. A faísca revolucionária percorreu o mundo e, 45 anos mais tarde, resultou na independ ncia do Brasil.
Os Estados Unidos seguiram dobrando a aposta na cultura de liberdade econ mica, baseada na experimenta o, na inova o e na tomada de risco. Após perder fortuna durante a crise de 1929, Winston Churchill ensinou que "o sistema capitalista americano n o foi feito para evitar crises, e sim para superá-las". Na vis o americana, a cultura é uma espécie de capital fundamental para o progresso. É o acúmulo de hábitos e conhecimentos que influenciam a produtividade e a inova o.
A cultura empreendedora fez o PIB real americano crescer em 66% nos últimos 25 anos. A renda per capita em Arkansas, um dos Estados mais pobres dos Estados Unidos, supera a da Alemanha. O país tem muito a celebrar, apesar de ter falhado na tentativa de exportar seus valores liberais. O rápido envelhecimento da popula o, a escassez de emprego entre os jovens, as tens es geopolíticas, a ascens o da intelig ncia artificial t m abalado a fé no capitalismo democrático. Com esse revés, voltaram-se para dentro.
Com turbul ncia no radar, os Estados Unidos alcan aram o 13. lugar no Ranking Mundial de Competitividade do IMD de 2025 (atrás de Suí a, Singapura e Hong Kong), enquanto o Brasil figura em 58. lugar ( frente de Botsuana, Peru e Gana).
É neste ambiente misto de celebra o e incerteza que viveremos uma elei o marcante no Brasil. Resta a pergunta: como será que a festa americana vai nos influenciar?












