O acordo comercial entre a Uni o Europeia (UE) e o Mercosul, em negocia o há quase 27 anos, n o será mais assinado neste ano devido oposi o da Fran a, que ganhou um inesperado apoio da Itália, e press o dos agricultores europeus, que temem o corte de subsídios e a invas o de produtos agropecuários dos países sul-americanos, que t m pre os mais competitivos.
A assinatura do acordo estava prevista para amanh , em Foz do Igua u (PR), na Cúpula dos Chefes de Estado do Mercosul, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu da primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, um pedido de adiamento.
Os chefes de Estado e de governo que integram o Conselho Europeu bra o executivo da Uni o Europeia reuniram-se ontem, em Bruxelas, para debater a guerra na Ucr nia, mas interlocutores declararam que as negocia es com o Mercosul também foram objeto de tratativas para avaliar a última vers o do acordo comercial, já com as novas salvaguardas para o setor agrícola europeu.
Se fosse aprovado na reuni o de hoje do Conselho da Uni o Europeia que reúne ministros e autoridades e aprova mudan as na legisla o e tratados internacionais , a presidente da Comiss o Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, António Costa, viriam ao Brasil, amanh , para formalizar a cria o de um mercado comum com mais de 700 milh es de consumidores. Mas a expectativa é de que a assinatura do tratado comercial fique para janeiro.
Ag ncias de notícias que cobrem as reuni es em Bruxelas informaram que o adiamento foi confirmado por Van der Leyen aos líderes europeus.
As reuni es da cúpula da Uni o Europeia, na capital da Bélgica, ocorrem em clima de tens o. Na madrugada de ontem, milhares de agricultores e sindicalistas de vários países ocuparam, com mais de mil tratores e caminh es, segundo a polícia local, estradas de acesso a Bruxelas e ruas próximas sede do Parlamento Europeu para protestar contra o acordo.
Os manifestantes queimaram pneus e jogaram ovos contra a polícia belga, que reagiu com bombas de gás lacrimog neo e canh es de água para conter o tumulto.
Na entrevista de fim de ano aos jornalistas que cobrem a rotina do Palácio do Planalto, o presidente Lula n o escondeu a frustra o com o recuo da posi o italiana. Lula elevou o tom das críticas aos opositores do acordo e amea ou n o assinar o documento "enquanto for presidente".
"Está difícil, Itália e Fran a n o querem fazer por problemas políticos internos. E eu já avisei para eles: se a gente n o fizer agora, o Brasil n o fará mais acordo enquanto eu for presidente, é bom saber", afirmou Lula, acrescentando que o acordo é mais favorável Uni o Europeia do que ao Brasil e seus sócios no Mercosul.
Mais cedo, o ministro das Rela es Exteriores, Mauro Vieira, foi taxativo ao comentar o recuo da Itália. "A oportunidade é agora, n o vai acontecer depois, já foi negociado tudo o que era possível. Se (o acordo) n o for concluído agora, n o há mais o que negociar", disse.












