Um novo estudo revela que as tarifas prometidas como puni o a países "injustos" acabam se transformando em um imposto invisível sobre o consumidor americano. Segundo a análise do especialista Thiago de Arag o, o custo das tarifas é embutido nos pre os, pesando mais sobre as famílias de baixa renda.
O pacote tarifário, apresentado como uma forma de proteger o trabalhador americano e resgatar empregos industriais, na prática funciona como um imposto indireto que se dilui nos pre os. Ao invés de aparecer separadamente, o custo das tarifas é incorporado s etiquetas, tornando mais fácil aumentá-lo e mais difícil para o consumidor perceber quanto está desembolsando.
O impacto na infla o, embora n o seja explosivo, é relevante, com estimativas de alguns décimos de ponto na taxa anual. Mais importante, os pre os ficam permanentemente mais altos do que em um cenário sem tarifas. Esse efeito se concentra principalmente em bens como eletroeletr nicos, vestuário, alimentos processados e itens domésticos, segmentos mais expostos a importa es ou insumos importados.
A dimens o distributiva é talvez a mais preocupante. Famílias de baixa renda gastam proporcionalmente muito mais em bens essenciais, como comida, roupas e transporte, do que em servi os e lazer. Quando as tarifas encarecem esses itens, o resultado é regressivo, com as famílias de menor renda entregando uma fatia maior da renda para o mesmo carrinho de compras.
Além disso, a combina o de crescimento mediano, produtividade fraca e pre os persistentemente mais altos gera uma sensa o de "estagna o com carestia" entre os americanos, um inc modo constante de que tudo está um pouco mais caro e a vida um pouco mais apertada.
Esse quadro refor a o paradoxo político do "America First". Enquanto a narrativa oficial promete proteger o trabalhador e fazer o resto do mundo pagar a conta, a realidade observada é de ganhos fiscais limitados, impactos modestos sobre a reindustrializa o e uma conta que recai, em grande medida, sobre o custo de vida do próprio eleitorado doméstico.
Em última análise, o eleitor que apoia as tarifas em nome da soberania econ mica precisa estar ciente de que a conta desse projeto aparece, m s a m s, na fatura do cart o, no supermercado e na presta o de cada bem durável comprado a prazo.











