A política ainda é um dos espa os onde o machismo estrutural se manifesta de forma mais explícita. Ele aparece n o apenas na sub-representa o de mulheres em cargos de poder, mas, sobretudo, nas práticas sistemáticas de deslegitima o, que configuram formas claras de viol ncia política de g nero.
Essa viol ncia n o se expressa apenas por agress es diretas, mas por estratégias contínuas que buscam minar trajetórias, decis es e a própria palavra das mulheres. Quando uma mulher ocupa o espa o público, n o é raro que precise explicar mais do que os homens. Explicar escolhas, caminhos, rupturas e contextos. Precisa provar, repetidas vezes, que está dizendo a verdade, que é capaz, que tem autonomia.
Essa cobran a seletiva e desproporcional n o é casual: trata-se de um mecanismo de controle que integra a viol ncia política de g nero, cujo objetivo é constranger, desacreditar e limitar a atua o feminina na esfera pública. Ao longo da história, mulheres que decidiram participar da política enfrentaram n o apenas disputas eleitorais, mas narrativas construídas para fragilizá-las.
Questionar sistematicamente a honestidade, a coer ncia ou a firmeza de uma mulher é uma estratégia antiga de silenciamento político. Enquanto isso, homens transitam entre decis es, acordos e mudan as de rota sem que sua credibilidade seja colocada sob suspeita, mesmo quando apresentam trajetórias semelhantes ou até mais curtas na vida pública.
A presen a feminina na política amplia o debate público, fortalece a democracia e contribui para a constru o de políticas públicas mais justas, humanas e inclusivas. Um exemplo claro pode ser observado aqui mesmo em Mato Grosso, onde já tivemos um senador e um governador eleitos sem nunca terem ocupado anteriormente cargo eletivo. Em nenhum desses casos, sua legitimidade foi colocada em dúvida com base em g nero, tampouco foram alvo de campanhas sistemáticas de desqualifica o pessoal.
Apesar dos avan os, a viol ncia política de g nero ainda é uma realidade enfrentada por muitas mulheres que decidem entrar na arena política. É fundamental que haja uma conscientiza o coletiva sobre essa problemática e que sejam adotadas medidas efetivas para combater essa forma de discrimina o e garantir a igualdade de oportunidades na disputa pelo poder.












