O Projeto Sucuriu, da multinacional chilena Arauco, enfrenta um dos mais complexos desafios logísticos do Brasil com o transporte de equipamentos superdimensionados. Após 52 dias de viagem marítima da China, as pe as iniciaram uma jornada de 120 dias por rodovias brasileiras, partindo do Porto de Paranaguá até Inoc ncia (MS). Entre os equipamentos está o separador de topo de digestor, com 62 toneladas e dimens es equivalentes a um prédio de dois andares. O projeto, com investimento de R$ 25 bilh es, resultará na maior fábrica de celulose em linha única do mundo, com capacidade de 3,5 milh es de toneladas anuais e previs o de conclus o em 2027.
Pe as gigantes que cruzaram oceanos agora enfrentam um dos mais complexos deslocamentos terrestres já realizados no Brasil. O Projeto Sucuriu, da multinacional chilena Arauco, que está sendo construída em Inoc ncia, a 331 quil metros de Campo Grande, alcan ou mais um marco logístico com o desembarque de equipamentos superdimensionados no Porto de Paranaguá, no Paraná.
Após 52 dias de transporte marítimo, as cargas vindas da China iniciam uma longa jornada por rodovias brasileiras, que pode levar até 120 dias até o canteiro de obras, a cerca de mil quil metros de dist ncia do local de desembarque. Entre os itens descarregados est o os separadores de topo de digestor, considerados alguns dos maiores e mais complexos equipamentos previstos no cronograma da obra. Com 62 toneladas, 6,6 metros de altura (o equivalente a um prédio de dois andares) e aproximadamente 10 metros de comprimento, tamanho semelhante ao de um nibus, as pe as simbolizam a magnitude e os desafios técnicos envolvidos na logística do empreendimento.
A opera o no terminal paranaense exigiu planejamento detalhado, engenharia especializada e integra o entre diferentes equipes e modais de transporte. "S o pe as extradimensionais que precisam de um desenho dedicado para o i amento de cada uma delas por excederem medidas de largura, comprimento, altura e peso principalmente. Na TCP somos reconhecidos como uma plataforma logística completa, realizando opera es especiais de carga-projeto desenhado para cada cliente. A nossa equipe especializada conta com experi ncia para fazer a opera o de forma segura e atendendo a necessidade do cliente. E por isso que estamos participando desse projeto com os gigantes Arauco e Valmet", explicou Fábio Henrique Matos, gerente de opera es logísticas do terminal de cont ineres de Paranaguá.
O recebimento dessas estruturas no Porto de Paranaguá integra um processo logístico global que envolve os modais marítimo, rodoviário e, eventualmente, ferroviário. Cada etapa requer cuidados rigorosos com defini o de rotas especiais, obten o de licen as e apoio de órg os públicos, como a Polícia Rodoviária Federal e o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes).
Coordenada pela finlandesa Valmet, responsável pelo fornecimento de tecnologia, automa o e equipamentos industriais, a logística do Projeto Sucuriu está entre as maiores já realizadas no país. Ao longo de todo o cronograma da obra, a movimenta o pode envolver mais de 60 mil carretas. Apenas na fase inicial, mais de 4 mil veículos já circulam pelas estradas, número que deve chegar a 12 mil até junho do próximo ano.
Grande parte dos equipamentos utilizados na constru o da nova fábrica de celulose é importada de 18 países, incluindo China, Alemanha, Finl ndia, Índia e Jap o. Isso exige cronogramas complexos de transporte marítimo antes da etapa terrestre até Inoc ncia.
"Os equipamentos empregados no processo s o de alta tecnologia. Esse em particular é o separador de topo, um componente essencial do digestor dentro do processo de produ o de celulose. Cada unidade possui cerca de 62 toneladas e mais de 10 metros de comprimento, exigindo opera es de manuseio extremamente precisas. Fabricados na China, seguem agora para o projeto Sucuriu, refor ando a import ncia de uma logística segura e garantindo a entrega com qualidade e confiabilidade para o nosso cliente final", afirmou Thiago Brandalize, gerente de projetos da linha de fibras da Valmet.
No transporte rodoviário, os desafios se multiplicam. As cargas percorrem rodovias estaduais e federais, passando por áreas urbanas e trechos de infraestrutura sensível, o que demanda autoriza es especiais, escoltas e, em alguns casos, interven es pontuais, como refor o de pontes e retirada temporária de sinaliza o.
Entre os equipamentos que mais chamam a aten o está o Bal o da Caldeira, com 28 metros de comprimento, se o de 3 por 3 metros e peso superior a 500 toneladas. Esse tipo de carga trafega com escolta especial e velocidade controlada, que pode chegar a apenas 20 km/h em determinados trechos, evidenciando a complexidade da opera o.
As rotas marítimas do projeto est o divididas em dois eixos estratégicos: o Porto de Santos, em S o Paulo, por onde chegam equipamentos de grandes dimens es como o Bal o da Caldeira, e o Porto de Paranaguá, responsável por receber a maior parte das cargas especializadas destinadas ao empreendimento.
Mais do que um desafio logístico, o Projeto Sucuriu representa um marco industrial para o país. Com investimento superior a R$ 25 bilh es, a unidade será, quando concluída, a maior fábrica de celulose em linha única do mundo, com capacidade produtiva de 3,5 milh es de toneladas por ano e previs o de entrada em opera o até o final de 2027. Durante a constru o, o projeto deve gerar mais de 14 mil empregos e, na fase operacional, cerca de 6 mil postos de trabalho diretos e indiretos, impulsionando a economia regional.
Conforme o site Perfil News, com cronogramas mensais de entrega que podem alcan ar até 400 cargas entre janeiro e maio do próximo ano, a logística do Projeto Sucuriu seguirá testando os limites técnicos e operacionais de equipes nacionais e internacionais, enquanto o Brasil consolida sua posi o de destaque no mercado global de celulose.
