A cidade de Salvador, na Bahia, amanheceu em luto nesta sexta-feira, 26, com o falecimento de Carmen Oliveira da Silva, conhecida como M e Carmem do Gantois. Ela tinha 98 anos e era a filha mais nova da lendária M e Menininha, uma das mais importantes lideran as do Candomblé no Brasil.
M e Carmem era a ialorixá (sacerdotisa) do Ilé yá Omi yámase, um dos terreiros mais tradicionais e respeitados do país. Ela dedicou a vida inteira preserva o dos saberes e tradi es da matriz africana, sendo considerada uma autoridade no assunto.
O prefeito de Salvador, Bruno Reis, lamentou profundamente a perda, destacando o papel espiritual e social da líder religiosa. "Salvador se despede de uma mulher de muita sabedoria e amor ao próximo, cuja trajetória deixa um legado imenso de preserva o da ancestralidade. M e Carmen vai seguir como luz a guiar caminhos e a fortalecer nossa cidade", afirmou.
Diversas personalidades também prestaram homenagens M e Carmem. A cantora Maria Beth nia usou as redes sociais para expressar sua "profunda rever ncia", enquanto a jornalista Tia Má elogiou sua lideran a serena e seu exemplo de respeito aos mais velhos e mais novos.
A vice-prefeita de Salvador, Ana Paula Matos, ressaltou que a atua o de M e Carmem ultrapassou os limites do terreiro, influenciando profundamente a identidade cultural da capital baiana. "Ela foi guardi de um patrim nio que une fé, cultura, memória e resist ncia. Sua trajetória fortaleceu o diálogo inter-religioso e a preserva o dos saberes ancestrais que moldam Salvador", afirmou.
M e Carmem assumiu o comando do Gantois em 2002, após a morte de sua irm , M e Cleusa, mantendo viva a linhagem sucessória e a tradi o de uma das casas de santo mais emblemáticas do Brasil. Sua partida deixa um vazio inestimável na comunidade do Candomblé e na cultura afro-brasileira.












