Em 21 de dezembro de 1925, estreava no Teatro Bolshoi de Moscou o filme "Encoura ado Potemkin", do diretor Serguei Eisenstein, que se tornaria um dos maiores clássicos do cinema mundial. Apesar de ter sido encomendado pelo governo soviético para celebrar os 20 anos da revolu o de 1905, a obra-prima de Eisenstein acabou se tornando muito mais do que uma simples pe a de propaganda.
O filme retrata a revolta dos marinheiros do navio de guerra Potemkin, da frota russa no Mar Negro, contra o regime czarista. Eisenstein n o quis fazer uma mera cr nica dos acontecimentos históricos, mas apostou na for a sugestiva das imagens, gra as sua inovadora técnica de montagem. As sequ ncias mais marcantes, como a do avan o dos soldados contra a popula o e a do carrinho de beb descendo pelos degraus da escadaria de Odessa, se tornaram verdadeiramente antológicas.
Inicialmente, o filme fez pouco sucesso em sua estreia no Teatro Bolshoi. No entanto, medida que as notícias de seu sucesso e das proibi es e interven es da censura na Europa e nos Estados Unidos chegavam Uni o Soviética, "Encoura ado Potemkin" come ou a cativar as massas. Em 1958, o júri internacional de cinema da Exposi o Mundial de Bruxelas o considerou unanimemente "o melhor filme de todos os tempos".
Eisenstein, que atuou primeiro durante alguns anos no teatro, compartilhava as ideias da vanguarda russa, que rejeitava a concep o artística da burguesia e pretendia intervir no cotidiano por meio de uma nova arte. O cinema, com suas novas possibilidades de montagem, pareceu-lhe ent o o campo de a o ideal. Mesmo em seus filmes seguintes, o diretor continuou experimentando com a montagem, sem chegar a uma concep o uniforme.
Apesar das amea as do regime soviético, que chegou a amea á-lo de morte, Eisenstein conseguiu criar uma obra-prima que chocou o mundo e se tornou um dos marcos mais importantes da história do cinema. Noventa e sete anos depois de sua estreia, "Encoura ado Potemkin" segue sendo uma refer ncia obrigatória para cineastas e amantes do cinema em todo o mundo.











