O Uni o Brasil, partido que integrava a base de apoio do governo Lula, protagonizou um verdadeiro "enredo politicamente rocambolesco" nos últimos meses. Após meses de ades o ao governo, o partido passou a exibir uma retórica francamente oposicionista e anunciou a saída da base de apoio ao presidente.
Porém, sem qualquer constrangimento lógico ou político, o Uni o Brasil agora negocia a indica o de outro nome da própria legenda para ocupar o mesmo ministério que havia desprezado meses antes. A articula o foi costurada diretamente entre o Palácio do Planalto e o presidente da C mara, Hugo Motta, do Republicanos, com o aval do presidente do Uni o, Antonio Rueda.
Esse "governismo de oposi o" revela uma fragmenta o interna das grandes legendas, transformadas em federa es informais de interesses regionais e pessoais, além de um oportunismo elevado condi o de método, onde cada decis o é guiada exclusivamente pela leitura do humor do eleitorado e das apostas para o próximo ciclo eleitoral.
O episódio sintetiza duas patologias centrais do atual estado de coisas do sistema partidário brasileiro: a falta de coer ncia e o pragmatismo desenfreado, que transformam o centro político em um fator permanente de instabilidade, em vez de um fiador da governabilidade.
Lula e seu governo n o s o vítimas passivas dessa incoer ncia. Analistas apontam que o presidente paga o pre o pela incompet ncia política no manejo de sua coaliz o, que agu a a natureza fluida de Brasília, e pela dificuldade cr nica do PT de dividir espa os reais de poder na condu o de sua gest o.
Nessa história, n o há nem ing nuos nem heróis. O que se v é um cenário de instabilidade política, com partidos que priorizam interesses pessoais e regionais em detrimento do compromisso com a estabilidade institucional e a responsabilidade.









