O Brasil é marcado por um curioso paradoxo: é a regi o mais pacífica e a mais violenta do mundo. Enquanto o número de mortes em guerras territoriais é baixo, a viol ncia social nas últimas décadas é enorme, com altos índices de homicídios.
Apesar da import ncia estratégica e fundamental da defesa nacional para qualquer país, o tema tem sido negligenciado há décadas no debate político brasileiro. Há uma percep o de que a defesa n o dá votos.
Entretanto, a realidade exige um urgente debate nacional sobre seguran a, defesa e reconstru o de capacidades soberanas. Os recentes discursos populistas de Nicolás Maduro sobre o Essequibo e a postura do governo Trump em rela o ao uso da for a na América Latina imp em essa necessidade.
A vulnerabilidade do Brasil está relacionada car ncia de uma cultura estratégica. Faltam na sociedade e na representa o parlamentar debates sobre os grandes problemas do país e pensamento de longo prazo. Ficamos presos s discuss es do dia a dia, dominadas por aspectos ideológicos e eleitoreiros.
Houve avan os recentes na área de defesa, como a Estratégia Nacional de Defesa (END) de 2008 e programas estratégicos das For as Armadas. Mas ainda é pouco, considerando a estatura geopolítica do Brasil.
No campo da seguran a, os desafios s o ainda maiores. N o temos uma política de seguran a nacional estruturada, apesar da natureza multidimensional das amea as atuais, que conectam seguran a pública, seguran a nacional e defesa.
A necessidade de uma mobiliza o nacional em torno de uma estratégia de seguran a nacional para o Brasil se torna urgente. Geopoliticamente, o país se define por uma dualidade: as potencialidades de suas riquezas naturais e humanas, e as vulnerabilidades de suas debilidades republicanas e car ncia de cultura estratégica.
Um dos fatores-chave é a educa o. Diferentemente de outros países democráticos, n o há disciplinas na educa o básica que tratem dos grandes desafios sociais sob uma perspectiva republicana, incluindo temas como seguran a, defesa nacional e direitos e deveres. É preciso qualificar a sociedade brasileira para uma participa o efetiva nesse debate.
Claudicantes em cultura estratégica e órf os de grandes balizadores políticos, o Brasil fica merc de decis es tomadas com base no improviso e na intui o. É preciso avan ar nesse debate urgente sobre seguran a nacional.










