O governo federal anunciou nesta ter a-feira, 16, uma nova linha de crédito de R$ 10 bilh es para financiar a compra de caminh es no país. Desse total, R$ 4 bilh es ser o disponibilizados pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econ mico e Social) e outros R$ 6 bilh es ser o injetados pelo Tesouro Nacional para viabilizar empréstimos a taxas subsidiadas, abaixo do custo de mercado.
A medida visa impulsionar o setor de caminh es, que enfrenta uma desacelera o abrupta, com risco de impacto em postos de trabalho. A previs o da Anfavea (Associa o Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) é que haja uma queda ao redor de 10% tanto na produ o quanto nos emplacamentos de caminh es.
Além disso, a iniciativa é vista como um aceno a uma categoria que se tornou pilar importante de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O filho dele, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), anunciou que pretende concorrer Presid ncia da República em 2026, rivalizando com Lula, que tentará a reelei o.
Apesar disso, interlocutores do governo negam a inten o eleitoral por trás da cria o da nova linha de crédito. Segundo eles, a medida visa exclusivamente impulsionar o setor de caminh es, que enfrenta dificuldades devido s altas taxas de juros.
Os detalhes da nova linha de crédito ainda precisar o ser regulamentados pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), composto pelos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento), além do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.
A previs o é que haja dois tipos de financiamento, com ou sem entrega do caminh o antigo (a chamada reciclagem de frota), tanto para pessoas físicas quanto para empresas. A taxa de juros da linha sem reciclagem de frota deve ficar ao redor de 14% ao ano, próxima da taxa básica de juros, a Selic, hoje em 15% ao ano. Já a linha com entrega de caminh o terá um incentivo adicional, com custo abaixo desse patamar.
O repasse de R$ 6 bilh es do Tesouro Nacional representa uma despesa financeira do governo, ou seja, n o tem impacto no limite de despesas do arcabou o fiscal nem na meta de resultado primário, mas vai contribuir para o aumento da dívida pública do país.
A libera o do dinheiro, porém, ainda depende da cria o de uma a o específica no Or amento de 2025 para autorizar a despesa. Isso deve ser feito por meio de uma mensagem modificativa a ser enviada ao Congresso Nacional para alterar um projeto de lei já em tramita o.
Parte dos técnicos v na estratégia uma forma de evitar potenciais questionamentos com base na lei eleitoral, que proíbe a distribui o gratuita de bens, valores ou benefícios pela administra o pública, a n o ser em casos de programas já em execu o. Outra ala, no entanto, avalia que o dispositivo n o seria obstáculo linha de crédito.
A ado o de novas medidas de estímulo para o setor de caminh es era uma reivindica o da Anfavea. No início do m s, o presidente da entidade, Igor Calvet, afirmou que uma linha de crédito mais barata seria positiva para o setor diante da desacelera o observada.











