O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) homologou nesta ter a-feira (30) o tombamento do antigo prédio do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) do Rio de Janeiro, após decis o do Instituto do Patrim nio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em novembro do ano passado.
A portaria do Ministério da Cultura foi publicada após aprova o do Conselho Consultivo do Iphan, que entendeu a necessidade da a o pelos valores histórico, artístico e arquitet nico do prédio, além de ser considerado um marco das lutas sociais e políticas em defesa da democracia brasileira.
Com o tombamento, o edifício será inscrito nos Livros do Tombo Histórico e das Belas Artes, garantindo sua preserva o como patrim nio cultural do país. O prédio, inaugurado em 1910 e projetado pelo arquiteto Heitor de Mello, abrigou a sede do DOPS de 1962 a 1975 e a Delegacia Especial de Seguran a Política e Social (Desps) durante o Estado Novo de Getúlio Vargas, entre 1933 e 1944.
época conhecido como Palácio da Polícia, o local era destino frequente de presos durante os períodos ditatoriais, sendo palco de interrogatórios e torturas. Entre os nomes que foram presos no local est o o do engenheiro Raul Amaro Nin Ferreira, morto após sess es de torturas em 1971, e da militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB) Neide Alves dos Santos, morta em 1976 em S o Paulo, após passagem pelo Rio.
Antes, durante a Era Vargas, passaram pelo cárcere do DOPS nomes como Nise da Silveira, Olga Benário, Carlos Marighella, Apol nio de Carvalho, Graciliano Ramos e Luiz Carlos Prestes, figuras importantes da história política e social do Brasil.
O tombamento federal vem após o prédio já ter sido tombado pela esfera estadual em 1986. O primeiro pedido de tombamento federal ocorreu em 2001, e em 2024 a Procuradoria do Rio de Janeiro instaurou inquérito com o objetivo de buscar solu es para o imóvel, entre elas a implanta o de um centro de memória.
Com o tombamento, o governo Lula reconhece a import ncia histórica e simbólica do antigo prédio do DOPS, que se tornou um símbolo da luta pela democracia e dos abusos cometidos durante os períodos ditatoriais no país. A preserva o do local permitirá que a sociedade brasileira mantenha viva a memória desse trágico capítulo de sua história.











