Com lei federal própria de transi o energética, o setor de carv o em Santa Catarina precisa resolver a polui o ambiental e climática, além de encontrar alternativas para trabalhadores, cidades e indústrias dependentes dessa atividade.
Enquanto caminhava sobre rejeitos de carv o mineral em Urussanga, no sul de Santa Catarina, em 20 de novembro, o pedreiro Sidnei Casagranda, de 55 anos, enumerava as reivindica es da comunidade: um plano de recupera o ambiental das áreas degradadas, investimentos em fontes de energia limpa e programas de qualifica o profissional para os trabalhadores do setor.
A regi o carbonífera de Santa Catarina enfrenta um dilema complexo no processo de transi o energética do país. Historicamente dependente da extra o e queima do carv o, a economia local precisa se reinventar para se adaptar s novas demandas ambientais e climáticas.
"Nós precisamos de uma alternativa para o carv o. Essa é a nossa principal fonte de renda e emprego aqui. Mas a polui o está matando nosso meio ambiente e nossa saúde", afirma Casagranda, que trabalhou por décadas na indústria carbonífera.
A Lei Federal n 14.300/2022, sancionada em janeiro deste ano, estabeleceu diretrizes para a transi o energética no Brasil, com foco na redu o gradual da participa o do carv o na matriz elétrica nacional. Segundo o texto legal, o país deve atingir a meta de 0% de gera o de energia a partir do carv o mineral até 2040.
Esse prazo representa um desafio significativo para regi es como a de Santa Catarina, onde a atividade carbonífera ainda é fundamental para a economia local. Apenas no município de Criciúma, s o cerca de 5 mil empregos diretos e indiretos relacionados ao setor.
"N o podemos simplesmente fechar as minas e deixar as pessoas sem emprego. Precisamos de um plano de transi o justo, com investimentos em novas oportunidades de trabalho e renda", destaca Casagranda.
Além dos impactos econ micos, a regi o também enfrenta graves problemas ambientais e de saúde pública decorrentes da extra o e queima do carv o. Estudos apontam que a polui o gerada pela atividade é responsável por altas taxas de doen as respiratórias, cardiovasculares e até mesmo c nceres na popula o local.
"Temos áreas completamente degradadas, com rejeitos tóxicos espalhados. Isso prejudica a agricultura, a água que bebemos e o ar que respiramos. Precisamos de um plano efetivo de recupera o ambiental", afirma Casagranda.
O desafio, portanto, é encontrar um caminho que concilie a preserva o ambiental, a transi o energética e a manuten o dos empregos e da economia regional. Especialistas defendem que isso só será possível com investimentos robustos em energias renováveis, programas de qualifica o profissional e políticas públicas de apoio diversifica o produtiva.
"N o é uma tarefa fácil, mas é necessária. Precisamos pensar no futuro das próximas gera es, que n o podem herdar um legado de destrui o ambiental e depend ncia de uma atividade insustentável", conclui o pedreiro.












