O crédito consignado para os empregados do setor privado, vendido pelo governo Lula como uma forma de livrar o trabalhador da cobran a de juros extorsivos por agiotas, tem se tornado um novo problema para as empresas. Apesar da promessa de crédito mais barato, a taxa de juros do novo empréstimo subiu 65% em rela o ao m s de mar o, quando o programa foi lan ado.
As empresas agora s o obrigadas a fazer o desconto em folha de seus empregados (via E-Social) sem qualquer tipo de controle sobre essa parte dos salários e gerenciar a crise financeira deles quando veem que os descontos do salário mensal inviabilizam suas contas domésticas.
O problema do programa é que ele foi apresentado de forma desonesta s autoridades, com um discurso de que as taxas cobradas seriam mais baixas pela garantia que o trabalhador dá ao antecipar parte de seu saldo do FGTS, o que n o é verdade. Em fevereiro deste ano, a taxa média dos contratos de crédito consignado ao empregado no setor privado era de 40,9%. Em novembro, elas tinham subido para 57,1% depois de terem chegado a 59% em outubro.
Isso se deve ao fato de os bancos, na nsia de capturar o maior número de contratos, estarem em uma guerra de assédio aos empregados com ofertas insistentes, especialmente no horário do seu expediente. Essa situa o é agravada pelo fato de os próprios bancos oficiais, como o Banco do Brasil e a Caixa Econ mica Federal, terem sido os primeiros a liderar esse movimento.
Para as empresas, o crédito consignado se tornou mais uma obriga o agregada s contidas no sistema e-Social, sem que elas tivessem tido a oportunidade de advertir o governo dos riscos disso no ambiente funcional. Agora, elas s o obrigadas a ampliar seus departamentos de RH e implantar programas de combate ludopatia, a doen a que atinge trabalhadores que se tornaram dependentes das telas de jogos.
Alguns analistas apostam que os R$71 bilh es empregados até novembro cheguem a R$140 bilh es até junho, o que pode se tornar um novo problema para as empresas e seus funcionários endividados.
