A América do Sul enfrenta riscos reais de se tornar palco de um conflito armado, diante da intensifica o de ataques e press o do governo de Donald Trump sobre a Venezuela de Nicolás Maduro. Analistas em rela es internacionais ouvidos pela RFI avaliam que os motivos da a o dos Estados Unidos envolvem interesses econ micos, geopolíticos e eleitorais.
O governo autoritário de Maduro e o discurso de Trump de combate ao narcotráfico e s ditaduras emolduram o discurso que o presidente norte-americano precisa para justificar internamente a ofensiva. A política de san es contra a Venezuela vem de outros governos, como o de Barack Obama, mas agora foi dado um passo além, com o uso de arsenal bélico, como ataques a embarca es e apreens o de navios petroleiros.
Segundo a analista Carolina Pedroso, da Universidade Federal de S o Paulo (Unifesp), há uma preponder ncia da vis o de que os meios militares podem ser utilizados de forma mais direta para a retirada de Maduro, embora até o momento eles tenham sido usados para gerar a sensa o de um ataque iminente, em uma estratégia de guerra psicológica ou híbrida.
Por outro lado, Pedroso afirma que há uma outra parte dentro do governo Trump que entende que a press o econ mica, militar e geopolítica seria o melhor caminho para retirar Maduro, e que avan ar essa linha pode trazer mais prejuízos do que benefícios. Essa indefini o sobre como proceder é que a situa o ainda n o escalou para o nível de um confronto direto entre os dois países.
O professor Vinícius Vieira, especialista em rela es internacionais da FAAP e FGV, destaca que Maduro promoveu mais de mil oficiais ao cargo de general, elevando o prestígio das For as Armadas, e que a saída da crise venezuelana passa pelo rumo que esses generais tomar o no cenário de iminente queda de Maduro e de crise econ mica aprofundada pelas a es de Trump.
Vieira alerta que o direito internacional nunca foi amplamente respeitado, mas que a atual escalada de tens es traz um elemento mais perigoso, com viola es diretas e explícitas da soberania de terceiros. Ele destaca que o Brasil e a Col mbia devem se preparar para receber novos contingentes de refugiados venezuelanos.
Para a analista Carolina Pedroso, a rea o do Brasil tem sido de muita cautela, n o só pela gravidade que uma escalada de tens es t o próxima pode trazer, mas também pela imprevisibilidade do governo Trump, que tem trazido inseguran a para todas as arenas do sistema internacional, especialmente na rela o bilateral com o Brasil.











